domingo, 27 de setembro de 2015

A vida, o universo e tudo mais


Eu lembro claramente daquela primeira conversa sobre a vida que tive com meu pai. Aquela velha história da roda gigante; tem momentos que você sobe e tem momentos que você desce. Tão intrínseco isso ficou na minha mente que, até pouco tempo, eu não contestava esse fato. O problema dessa teoria é matemático, afinal, a roda gigante gira num período constante, num intervalo de tempo linear e uniforme. É impossível atrelar algo tão fluido e intempestivo quanto a vida, a algo tão perfeito e imutável. Na minha experiência própria (de quem tem lua em escorpião), cansei de acordar triste e terminar o dia de bem com o mundo, ou o contrário. Passei um longo período estando no topo, apreciando a vista, quando um fato pequenininho fez tudo mudar. 

Atenção: se você tem algum problema com crenças, talvez seja melhor você parar de ler porque estamos prestes a entrar em algumas questões existenciais aqui. 

Eu, pessoalmente, acredito que existe algo que rege o universo. Não entrando no mérito de destino ou algo do tipo, mas algumas vezes eu também duvido da existência da palavra "coincidência". Veja bem, cada homem produz cerca de 200 milhões de espermatozóides numa relação sexual, ao passo que uma mulher possui aproximadamente 500 mil óvulos ao longo da vida. Existem 7 bilhões de pessoas no mundo e, num dado momento, seus pais se conheceram, um espermatozóide e óvulo específicos se juntaram e deram origem a você, um ser com características únicas. O quão improvável é isso, estatísticamente falando? Podia ser outra pessoa, mas é você.

Dica: pesquisa um pouco sobre teoria do caos e movimento browniano. É de endoidar a cabeça, sério.

Astrologicamente (lembra das crenças?), no momento em que você nasce, toda a energia dos planetas alinhados naquela hora exata, de acordo com o lugar do nascimento, se mescla com a sua própria energia através do princípio da sincronicidade e voilà, temos toda uma cadeia de dados planetários que te dão um poder de autoconhecimento inestimável. É científicamente comprovado que a lua move as marés e que se ela mudasse um pouquinho só o seu movimento, todos morreríamos com as catástrofes. Por qual motivo isso não poderia ser válido para pessoas também? 

Já parou para pensar em como todos estamos ligados em rede? Que, mesmo sem sabermos, podemos afetar a vida de alguém? Que tal imaginar que aquele cara na lanchonete ouviu sua piada e passou para os próprios amigos? Ou que alguém ouviu você contar uma história no ônibus e se inspirou completamente nela para fazer algo? Talvez você tenha cruzado com alguém na rua que te achou a pessoa mais linda do mundo por alguns segundos e comentou isso nas próprias redes sociais. Somos estrelas colidindo umas com as outras todos os dias.

Eu não sei porque senti a necessidade de escrever sobre isso, mas me assusta ver pessoas com a mente tão fechada ao ponto de ignorar a quantidade infinita de interrogações que existem nesse universo. Quero dizer, é bem egocêntrico da nossa parte pensar que estamos sozinhos no meio da via láctea, que somos absurdamente desenvolvidos e que nossa vida se baseia basicamente em nascer, viver (sendo bem sucedido, óbvio), se reproduzir e morrer. A vida é muito mais do que só uma roda gigante. A vida pra mim é quase um buraco negro que todo dia me transporta pra um canto diferente da minha mente. Talvez valha a pena parar um pouquinho, pensar sobre essas coisas e se quiser conversar sobre, é só chamar.


Um comentário:

  1. Nossa sim! Existe uma série de coisas que me fazem acreditar que, da mesma forma que as marés e a seiva das árvores, a lua também nos afeta. Se ela afeta, porque o restante do universo se absteria do mesmo? Porque nós estamos descolados desse ecossistema, desse organismo todo interconectado? Que texto <3

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