sábado, 27 de dezembro de 2014

Eu fugi. 



Da vida amarga 
dos fardos pesados 
demais que eu nunca 
pedi para carregar. 



Eu fugi. 



Das lágrimas engasgadas 
que teimavam em me seguir 
como sombras líquidas 
de um passado 
lembrado e esquecido. 



Eu fugi. 



Da minha máscara destroçada 
da minha alma destruída 
que de sonhos desprovida 
nem teimava em existir.



Eu fugi. 



De toda e qualquer faísca 
de esperança que 
pudesse incendiar o gás 
triste que escapava dos meus ossos 
curtidos em mágoa. 



Tudo isso porque 
de você 
Eu fiquei. 
Sozinha.