sábado, 10 de outubro de 2015

A fruta da estação


Amora amava o amor. Em seu jeito mais puro e genuíno. 

Era apaixonada pelo cuidado, pela doçura e pelo se importar. Sem toda aquele drama e baboseira dos romances shakesperianos; para ela o importante era querer bem. Que sorte a minha de ter conhecido alguém tão delicada e dedicada. Menina-moça-mulher que sempre dava tudo de si no que fazia e, justamente por isso, fazia tudo de um jeito mais especial. Não existia quem não se sentisse bem perto de Amora, porque ela era uma dessas raríssimas pessoas no mundo que tinham luz própria. Todos se tornavam girassóis quando ela passava, acompanhando o brilho e o calor característico da fruta da estação. Era fácil sentir-se uma boa pessoa perto de alguém tão motivado e de bem com a vida. Se ela era assim sempre? Claro que não, mas isso lhe tornava humana e ainda mais incrível. Quantos de nós conseguem se projetar para o outro até nos seus piores dias? 

Amora era vermelho-rosa-cor-de-eu-te-amo, porque era isso que eu sentia vontade de falar sempre que a via.


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